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quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

No ano passado meu playlist não variou muito, nem houve muitos nomes consagrados... Pouca coisa tocou aqui; uns discos do Caetano, o Recanto da Gal, o último do Vanguart, Virgem Suta e Cícero (Canções de apartamento). 2012 foi pra mim mais visual do que auditivo.
Desde que resolvi voltar ao Folha Neurose tenho adiado escrever aqui, seja por essa falta de novidade (e , se é possível, contato) musical ou mesmo falta de tempo. Então já vão mais de dois meses do último post da Rafa, e percebi; temos um bloqueio muito forte para falar de arte.
A arte, mesmo depois dos ready-mades, é sempre posta em pedestais, em galerias, em museus. O erro de Duchamp foi levar o urinol ao museu, e não o contrário – se bem, que, de algum modo, resultou. Mas arte ainda é uma coisa muito inalcançável, e sua aura ainda a mantem distante do cotidiano, de nós, humanos.
E nessa elitização, no meio dos pedregulhos do preconceito acadêmico, vamos perdendo tanta poesia de rua, tanta música de quintal, tanta arte doméstica...
Só pra constar como tudo pode ser mais simples.