No ano passado meu playlist não
variou muito, nem houve muitos nomes consagrados... Pouca coisa tocou aqui; uns
discos do Caetano, o Recanto da Gal, o último do Vanguart, Virgem Suta e Cícero (Canções de
apartamento). 2012 foi pra mim mais visual do que auditivo.
Desde que resolvi voltar ao Folha
Neurose tenho adiado escrever aqui, seja por essa falta de novidade (e , se é possível, contato)
musical ou mesmo falta de tempo. Então já vão mais de dois meses do último post
da Rafa, e percebi; temos um bloqueio muito forte para falar de arte.
A arte, mesmo depois dos
ready-mades, é sempre posta em pedestais, em galerias, em museus. O erro de
Duchamp foi levar o urinol ao museu, e não o contrário – se bem, que, de algum
modo, resultou. Mas arte ainda é uma coisa muito inalcançável, e sua aura ainda
a mantem distante do cotidiano, de nós, humanos.
E nessa elitização, no meio dos
pedregulhos do preconceito acadêmico, vamos perdendo tanta poesia de rua, tanta
música de quintal, tanta arte doméstica...